quarta-feira, 30 de abril de 2008

1º de Maio

O Dia do Trabalhador (no Brasil também chamado Dia do Trabalho) é celebrado anualmente no dia 1 de Maio em numerosos países do mundo, sendo feriado no Brasil, Portugal assim como em muitos outros países.

História:
Em 1886 realizou-se uma manifestação de trabalhadores nas ruas de Chicago nos Estados Unidos da América. Essa manifestação tinha como finalidade reivindicar a redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias e teve a participação de milhares de pessoas. Nesse dia teve início uma greve geral nos EUA. No dia 3 de Maio houve um pequeno levantamento que acabou com uma escaramuça com a polícia e com a morte de alguns manifestantes. No dia seguinte, 4 de Maio, uma nova manifestação foi organizada como protesto pelos acontecimentos dos dias anteriores, tendo terminado com o lançamento de uma bomba por desconhecidos para o meio dos policiais que começavam a dispersar os manifestantes, matando sete agentes. A polícia abriu então fogo sobre a multidão, matando doze pessoas e ferindo dezenas. Estes acontecimentos passaram a ser conhecidos como a Revolta de Haymarket.
Três anos mais tarde, a 20 de Junho de 1889, a segunda Internacional Socialista reunida em Paris decidiu por proposta de Raymond Lavigne convocar anualmente uma manifestação com o objectivo de lutar pelas 8 horas de trabalho diário. A data escolhida foi o 1º de Maio, como homenagem às lutas sindicais de Chicago. Em 1 de Maio de 1891 uma manifestação no norte de França é dispersada pela polícia resultando na morte de dez manifestantes. Esse novo drama serve para reforçar o dia como um dia de luta dos trabalhadores e meses depois a Internacional Socialista de Bruxelas proclama esse dia como dia internacional de reivindicação de condições laborais.
A 23 de Abril de 1919 o senado francês ratifica o dia de 8 horas e proclama o dia 1 de Maio desse ano dia feriado. Em 1920 a Rússia adota o 1º de Maio como feriado nacional, e este exemplo é seguido por muitos outros países.

Em Portugal:
Em Portugal, só a partir de Maio de 1974 (o ano da revolução do 25 de Abril) é que se voltou a comemorar livremente o Primeiro de Maio e este passou a ser feriado. Durante a ditadura do Estado Novo, a comemoração deste dia era reprimida pelas polícia. O Dia Mundial dos Trabalhadores é comemorado por todo o país, sobretudo com manifestações, comícios e festas de carácter reivindicativo, promovidas pela central sindical CGTP-Intersindical (Confederação Geral dos Trabalhadores Portuguêses - Intersindical) nas principais cidades de Lisboa e Porto, assim como pela central sindical UGT (União Geral das Trabalhadores).
In wikipedia

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Espírito crítico e independência na análise

Este artigo, escrito por José Eduardo Lemos membro do Conselho de Escolas faz uma análise muito interessante e pertinente do modelo de avaliação de professores do ME. São aqui apontados alguns dos factores que levaram à recusa deste modelo de avaliação, a começar pelos avaliadores, passando aos itens e à própria complexidade do modelo.

O que tem que mudar...


O que mudou...




sábado, 26 de abril de 2008

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Trova do Vento que passa



Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.


Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.


Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.


Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.


Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
quem vive na servidão.


Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.


E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.


Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.


Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).


Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.


E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.


Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.


E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.


Quatro folhas tem o trevo
liberdade quatro sílabas.
Não sabem ler é verdade
aqueles pra quem eu escrevo.


Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.


Mesmo na noite mais triste
em tempo de sevidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.


Manuel Alegre

Liberdade sempre...



Porque amanhá é 25 de Abril, vale a pena recordar o ícone da liberdade. Era eu ainda uma adolescente, quando vi o primeiro disco em vinil de Zeca Afonso. Isto passou-se antes do 25 de Abril, em Angola e o disco era do meu irmão mais velho. Embora a minha consciência política não existisse ainda, e o Zeca não tivesse a importância (para mim) que veio a adquirir mais tarde, "Traz um amigo também" ficou-me logo no ouvido. Ouvi a música vezes sem conta e hoje continuo a sentir a mesma emoção ao ouvi-la. E, ainda hoje guardo com nostalgia o vinil do Zeca. Mas sei, que este disco não me pertence... terei que o enviar para o manito Nelson. Sei, que também ele houve o Zeca Afonso com prazer. E, quem não ouve? Agora é a minha filha que gosta da sua música. Zeca Afonso é intemporal.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Em ProfAvaliação...

Há mais de dois anos que o ME não negociava com os sindicatos. Tinha-os substituído por um órgão dócil: o Conselho de Escolas. E queria fazer o mesmo com a criação do CCAP. A marcha dos 100000 professores impediu que tal acontecesse. A criação da comissão paritária para acompanhamento da avaliação de desempenho foi uma vitória dos professores e uma clamorosa derrota para os dois orgãos que a ministra tinha criado: o Conselho de Escolas e o CCAP. Em democracia, o Governo negoceia com as associações sindicais. São estas que, melhor ou pior, representam os trabalhadores. Não são os órgãos criados pela tutela e na dependência hierárquica da tutela. Convém não esquecer que a ministra da educação preside às reuniões do CCAP sempre que quiser! A partir de agora, exige-se uma mensagem clara dos sindicatos: a par a negociação, pressão nas ruas e nas escolas contra o Governo. Os professores só poderão vencer esta luta se contribuirem para a justa e merecida derrota do PS nas próximas eleições. Para que sejam derrotados, basta que percam a maioria absoluta. Ficarão a saber que a perderam por causa das malfeitorias feitas aos professores. Não se trata desta forma um grupo profissional com a importância cultural e simbólica que os professores têm!
Ramiro Marques

terça-feira, 22 de abril de 2008

Reunião Plataforma-ME


Realizou-se hoje, 21 de Abril, uma reunião entre a Plataforma Sindical de Professores e o Ministério da Educação, na sequência do entendimento definido na semana passada.
Este encontro visou apreciar um projecto de decreto regulamentar que tem por objectivo dar expressão às matérias constantes do referido entendimento e que contém um conjunto de orientações genéricas que devem ser definidas com carácter transitório para a avaliação de desempenho dos docentes.
A reunião serviu também para estabelecer um elenco de matérias sobre as quais deverá realizar-se um ciclo de sessões de trabalho entre as outras organizações sindicais e o ME e que dêem expressão ao entendimento estabelecido, nas diferentes áreas que ele contempla.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Para os que dizem que os sindicatos baixaram os braços...


Afinal, quem se rendeu?

É verdade que o "entendimento" Plataforma-ME não é consensual e, muito pelo contrário, tem sido alvo de duras críticas por parte de alguns professores. Mesmo na comunicação social, as análises feitas são as mais diversas. Uns acham que foi recuo dos sindicatos, outros que foi recuo da ministra. Uma coisa é certa, a ministra teve que chamar os sindicatos, sentar-se à mesa com eles e chegar a um consenso. Ficou também claro, que só os sindicatos, são os legítimos negociadores enquanto representantes dos professores. Se, o que foi conseguido teve origem na "força da rua" como diz o artigo, também é verdade que foi a capacidade de negociar que fez ultrapassar as dificuldades. Se, como publicita uma outra notícia do "Expresso", outros intervenientes estiveram envolvidos, não vejo que venha mal ao mundo por isso... esse envolvimento só veio mostrar que o conflito era uma preocupação dos nossos governantes. Uma preocupação tão grande que envolveu, o 1º Ministro, o Presidente da Replública, os líderes das centrais sindicais e e finalmente a ministra da educação e a plataforma. Ao contrário do que diz este editorial do "Expresso", ficou provado que os sindicatos não são contra a avaliação. São, contra os timings que estavam a ser impostos, são contra uma avaliação burocrática, injusta e extremamente penalizadora. Mas, aceitaram negociar e chegar a um entendimento com base no pressuposto que a avaliação entrará em vigor para o ano, mas com a certeza que até lá, será alvo de acompanhamento por parte de uma comissão que irá fazer o levantamento de problemas e propôr alterações no sentido de eliminar o que é nefasto, injusto ou irregular .
A negociação tem avanços e recuos, ganhos e perdas. Esperemos que o futuro nos possa dizer, que o "entendimento" foi um ganho, sob o ponto de vista educativo, social e político. Acima de tudo, que tenha sido um ganho (por muito pequeno que seja) para os professores e para as escolas.
Nota: Para ler o artigo clique na imagem.

domingo, 20 de abril de 2008

Ou talvez não!


O "entendimento" Plataforma-ME não se esgosta na assinatura da acta e muito menos nas medidas conseguidas (e consideradas por todos, muito pouco) e com concretização a curto prazo.

Muito ficou para negociação em 2009. E, é exactamente no que se conseguir daqui para a frente e até esse horizonte temporal que tudo se joga. Se a plataforma conseguir então, cedências significativas que levem à alteração da legislação que comporta injustiças, irregularidades e efeitos nefastos na carreira docente é sinal que o "entendimeto" foi positivo. De contrário, voltará à luta. Assim, podemos ter negociação ou contestação... serenidade nas escolas ou protestos nas ruas e conflito. A Plataforma tem que mostrar inequivocamente que está com os professores, e que se na madrugada do dia 12 apenas conseguiu ganhar uma pequena batalha, está preparada para de batalha em batalha enfrentar a guerra.

sábado, 19 de abril de 2008

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Revista "Visão"


Avaliar ou domesticar liberdades?

António Mendes, Professor

A senhora ministra da Educação sentou-se, pela primeira vez, com os sindicatos, mas isso não traz ainda a paz às escolas a alma dos docentes (professores e educadores) continua trespassada por tristeza, inquietação, medo mas também pela esperança."

Confirma-se o grande recuo da ministra...



Um pouco de humor para desanuviar!

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Assinatura...

"Plataforma Sindical e ME assinam Acta que inclui «Memorando de Entendimento"
A equipa ministerial e os representantes da Plataforma Sindical dos Professores rubricaram na manhã de 17 de Abril uma Acta contendo 3 documentos anexos:
- Memorando de Entendimento
- Declaração da Plataforma
- Declaração da Ministra da Educação
Mário Nogueira, em nome da Plataforma, leu a Declaração que ficou anexa à Acta. Desta Declaração destaque-se o desacordo dos professores com o modelo de avaliação imposto pelo ME, aliás expresso nos pareceres e posições emitidos ao longo dos processos de revisão do ECD e de regulamentação desta matéria.
Foi, ainda, reafirmado que os pressupostos base do desbloqueio da actual situação de profundo conflito em nada alteram as divergências de fundo que as organizações sindicais mantêm sobre:
- o actual Estatuto da Carreira Docente, designadamente quanto ao ingresso na profissão e à divisão dos docentes em "professores" e "titulares", agravada por um concurso de acesso sujeito a cotas e com regras injustas e inaceitáveis;- ao modelo de avaliação do desempenho que se considera injusto, burocrático, incoerente, desadequado e inaplicável, devendo ser alterado no final do ano lectivo de 2008/2009.- um modelo de direcção e gestão escolar que não reforça a autonomia, antes a cerceia;- a nova legislação sobre Educação Especial, que põe em causa princípios fundamentais da Escola Inclusiva;- um conjunto grande de medidas que tem vindo a desvalorizar a Escola Pública e não dignifica o exercício da profissão docente.
Mário Nogueira, em representação da Plataforma Sindical, considerou ainda ser imperioso racionalizar a organização do horário dos docentes, aprofundando o que nesta matéria consta do Entendimento, no sentido de se respeitar o direito ao tempo necessário para a excelência do exercício da docência, incluindo o tempo necessário para a actualização científica.
"Estas são razões suficientes para que, apesar do entendimento agora encontrado, os professores continuem a lutar por uma profissão dignificada no quadro de uma Escola Pública de qualidade, inclusiva e mais democrática" concluiu Mário Nogueira.
Veja o filme
http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?headline=98&visual=25&article=340322&tema=27

terça-feira, 15 de abril de 2008

Professores: «entendimento não é um acordo»

"Professores: «entendimento não é um acordo»"
Os dirigentes da Federação Nacional dos Professores (FENPROF), Mário Nogueira, e da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE), João Dias da Silva, garantiram esta segunda-feira no Porto que a luta contra as políticas educativas continua e sublinharam que o entendimento entre a Plataforma Sindical e a equipa ministerial não é um acordo.
...
«Força da razão sobrepôs-se à cegueira do Governo»
O secretário-geral da FENPROF sublinhou que o entendimento não é um acordo em relação ao estatuto da carreira docente, nem ao modelo de gestão das escolas proposto, mas sim «uma forma de não agudizar a situação do terceiro período com ainda mais greves». Mário Nogueira disse que o entendimento é do melhor interesse dos professores, salvaguardando os seus direitos.
João Dias da Silva, da FNE, garantiu que os sindicatos nunca estiveram contra a avaliação dos docentes, mas exigem «um modelo de avaliação que reconheça o empenhamento profissional e que não seja um instrumento meramente punitivo como este é». O dirigente sindicalista realçou que «a força da razão dos docentes portugueses» se sobrepõe «à cegueira do Governo».

Declarações ao "SOL"

"Educação"
FENPROF e FNE garantem que luta contra políticas educativas continua no próximo ano lectivo
Os secretários-gerais da FENPROF, Mário Nogueira, e da FNE, João Dias da Silva, afirmaram hoje, no Porto que o entendimento com o Ministério da Educação (ME) representa apenas uma trégua até ao final do ano lectivo"

Movimento Escola Pública-posição sobre o entendimento Plataforma-ME

Movimento Escola Pública
Posição do Movimento Escola Pública sobre o entendimento alcançado entre a Plataforma Sindical e o Ministério da Educação

1) O Movimento Escola Pública considera que o entendimento recentemente alcançado entre sindicatos e Ministério da Educação representa um recuo efectivo do governo e é o resultado da capacidade de luta dos professores e da manifestação de 8 de Março.

domingo, 13 de abril de 2008

Entendimento com o M.E

ler mais»»

Títulos da Imprensa






Nota: Clique em cima da imagem para aceder à notícia na totalidade.

sábado, 12 de abril de 2008

Entendimento entre a Plataforma e o ME


Venceu o bom senso. Parabéns à plataforma. Teve capacidade para apresentar uma contraproposta credível e séria, e serenidade para negociar com propositura. A educação constrói-se com estas atitudes. Todos saíram a ganhar. Porque não? Penso que acima de tudo ganharam: a escola, os alunos, a educação. Os professores têm quem os represente com dignidade.
Depois de uma reunião de mais de sete horas entre a equipa ministerial (ME) e a Plataforma sindical foi conseguido um entendimento. O memorando entre a plataforma e o ME consagra que este ano lectivo a avaliação de desempenho terá apenas em conta quatro parâmetros, aplicados de igual forma em todas as escolas.

Veja o vídeo: http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?headline=98&visual=25&article=339326&tema=27

veja o link: http://sic.sapo.pt/online/noticias/vida/20080412_Governo+cede+aos+sindicatos.htm

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Uma questão de bom senso?

Como Ganhar uma Batalha Perdida, Perder uma Batalha Ganha ou Ainda Vice-Versa
Neste momento a «negociação» em torno da avaliação dos docentes (reunião hoje pelas 17.30,...), se afastarmos o imenso ruído em seu redor, conduziu a situação para um ponto de compromisso quase aceitável pelas partes, não tivessem sido extremadas as posições institucionais de ambos os lados:
- O ME afirmou que não suspenderia a avaliação.
- A Plataforma Sindical que só aceitaria a suspensão da avaliação.
O que vivemos agora é uma situação perfeitamente híbrida, em que a avaliação nem existe verdadeiramente, nem deixa de existir. Não estando suspensa oficialmente, este ano vai ser aplicada a muito menos de 10% dos docentes. Ou seja, mesmo não o admitindo, o ME está a usar este final de ano como período experimental do modelo nos contratados e em alguns docentes dos quadros que estão com aquelas colocações atípicas que muitas vezes ocorrem, em virtude das asperezas do «sistema».
O chamado método simplificado da avaliação, que aligeira procedimentos e dá autonomia ás Escolas para desenharem a sua variante do modelo original, embora sem qualquer cobertura legal, é apenas a admissão pública, perante todos os que querem perceber, que o modelo como foi apresentado era inexequível nos processos e prazos propostos, hoje já completamente pulverizados na esmagadora maioria das escolas.
No entanto, com força de lei, o que está em vigor é ainda o decreto 2/2008. Ou seja vivemos neste momento uma absoluta ficção: o decreto vai ser aplicado numa escassa minoria de casos e escolas e mesmo assim de forma pouco respeitosa em muitos desses casos e escolas. E não existe qualquer diploma legal, com valor jurídico efectivo, que permita cobrir as soluções simplificadas propostas.
Entretanto, a proposta do ME apresentada esta semana aos sindicatos é algo que também contempla pontos que, desde o início deveriam ter estado previstos no decreto 2/2008 e em outros diplomas legais, incluindo o próprio ECD (no que respeita à definição da componente não lectiva). A contra-proposta da Plataforma Sindical é, por seu turno, um documento que eu acho bastante equilibrado.
O que significa que só não existe acordo se algum dos intervenientes (ou ambos) não estiver(em) interessados.
Acho eu.
Em circunstâncias normais isto permitiria a todos salvar a face.
O problema é que esse compromisso desagradaria a duas facções opostas: os que querem a imposição da avaliação dos docentes completamente de acordo com o 2/20008 e que criticam qualquer cedência como uma derrota perante os sindicatos e os que não querem qualquer avaliação decorrente do 2/2008, considerando qualquer acordo com o ME uma «traição».
As duas posições padecem, obviamente, de algum fundamentalismo porque apostam numa vitória incondicional de uma das partes sobre a outra.
O que (já) não é possível.
Num país normal, as partes chegariam a um acordo, o decreto se não fosse revogado seria revisto, e todos voltariam para casa, se não satisfeitos, pelo menos calados sem declarações provocatórias.
Por cá, não sei. É tudo muito improvável e dinâmico.
E querendo tanto mostrar que alguém ganhou, todos poderão acabar por perder.

Escrito por Paulo Guinote e retirado de: http://educar.wordpress.com/2008/04/10/o-estado-da-avaliacao-1-como-ganhar-uma-batalha-perdida-perder-uma-batalha-ganha-ou-ainda-vice-versa/

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Dia D em marcha...




Guião dia D

Propostas do ME vagas e generalistas

São consideradas vagas e generalistas as propostas que hoje foram apresentadas pelo ME quanto à avaliação de desempenho docente, após a reunião que decorreu entre a Plataforma de Sindicatos da Educação e toda a equipa ministerial do sector, incluindo a Ministra, Maria de Lurdes Rodrigues.
Na reunião de hoje, a Plataforma Sindical comprometeu-se a apresentar até ao final do dia de amanhã, um texto onde apresente as suas posições, quer em relação às matérias constantes das propostas do ME, quer em relação a outras matérias que considere pertinentes.
De realçar que, para lá do já referido compromisso da apresentação de um documento alternativo ao texto do Ministério, ficou agendada uma outra reunião entre o ME e a Plataforma Sindical para o próximo dia 10 de Abril, às 17h30, no Conselho Nacional de Educação.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Comemoração... 8 de Abril

"Não temeis a grandeza.
Alguns nascem grandes,
alguns alcançam a grandeza,
e outros têm a grandeza
a pairar sobre eles"

William Shakespeare

P.S. Obrigada aos filhos maravilhosos que tenho. Obrigada pelo poema. Obrigada pela alegria de viver que me transmitem, obrigada pelo que me dão e acima de tudo pelo que são.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Contra tudo e contra todos!

Mais uma vez, fazendo-se de surda, cega e muda Mª de Lurdes Rodrigues colocou na pág. da DGRHE Fichas e regras para aplicação das ponderações e dos parâmetros classificativos da avaliação de professores. Onde está a boa fé desta ministra e deste ME, que nas vésperas da reunião que convocou com plataforma dos sindicatos de professores, coloca esta informação na página? A mim parece-me provocação.

Querem ver? basta clicar na frase a amarelo.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Alma "Tão mesquinha e tão vil..."

Tão mesquinha e tão vil, tu que pariste
As normas do estatuto do docente,
Não tens nada de humano, não és gente,
Nada mais que injustiças produziste.

Se lá nesse poleiro aonde subiste
O estado do ensino tens presente,
Repara como és incompetente,
Como a classe docente destruíste.

Se pensas que esta gente está domada,
Te aceita a ti, ao Valter e ao Pedreira,
Estás perfeitamente equivocada:

Em breve encontraremos a maneira
De vos correr p'ra longe à cacetada,
Limpando a educação de tanta asneira!

Nota: Este soneto de "homenagem" à M L R foi-me oferecido à laia de brincadeira logo pela manhã. Presumo que já circule por aí no meio dos professores. Camões iria aprovar. É preciso levar as coisas com humor... e boa disposição! Pelo menos isso este governo não nos pode tirar. Será que não?

Caminhar pela saúde


A associação Saúde em Português organizou... A Rita inscreveu-nos... nós fomos. Partimos do Parque Verde da cidade, local que está cada vez mais atractivo e terminámos no Choupal. Foi agradável, para além de saudável, andar pela nossa saúde. Coimbra precisa de mais iniciativas destas. Nós precisamos de mais iniciativas destas, de andar, fazer exercício, ter uma vida mais saudável. Simultaneamente apoiámos o projecto contra a sida. Até á próxima!


sábado, 5 de abril de 2008

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Mais um ponto de vista!

A miúda do telemóvel

Os meninos têm tudo, a começar pelo telemóvel. Chegam a adultos sem nunca terem ouvido um não. Ou seja, ficam sempre crianças e só podem vir a ser (ainda) piores pais.
...
Noutros tempos, os professores tinham autoridade, porque podiam chumbar. E quando se chumbava, sofria-se uma consequência, geralmente familiar. O Presidente da República pode testemunhá-lo: quando reprovou um ano, passou as férias de verão a sachar o milheiral do seu pai e viu a bela praia algarvia da sua infância por um canudo. Aníbal Cavaco Silva costuma evocar esta história, para ilustrar o «clique» que o fez reconsiderar comportamentos e querer subir na vida. Hoje, porém, quase não se chumba. Porque o facilitismo entrou, definitivamente, nos programas escolares e nos objectivos políticos dos sucessivos ministérios. Interessa garantir estatísticas de crescente sucesso escolar, para que os políticos fiquem bem vistos. E isto tem tudo a ver com o alucinante novo estatuto do aluno e com a importância da taxa de reprovações, na própria avaliação dos professores, que agora é proposta. Isto tem tudo a ver, ainda, com a política da ministra que, embora autora de reformas corajosas, preferiu aliar-se aos pais – já agora aos alunos – contra os professores. Durante anos, semearam-se ventos que agora se transformam em tempestades.
Quando se chumba, ninguém vai trabalhar para as obras ou sachar os milheirais da família. Pelo contrário, os pais pedem explicações aos professores – e nunca aos filhos. Ameaçam-nos e espancam-nos, cobertos por um sistema que, já de si, dificulta ao máximo a possibilidade da reprovação pura e simples. E os meninos têm tudo, a começar pelo telemóvel. Chegam a adultos sem nunca terem ouvido um não. Ou seja, ficam sempre crianças e só podem vir a ser (ainda) piores pais.
...
Nota: Clique no link: 'A miúda do telemóvel' para ler o artigo na totalidade.

Dia D e as novas formas de luta...

Perante a crescente intransigência do ME, Plataforma Sindical dos Professores prepara a continuação da luta.
Assim, no dia 15 de Abril às 8.30 H, realiza-se em todas as sedes de agrupamento/Escolas Secundárias, o Debate nacional sobre o estado da escola pública - Dia D.
Depois seguem-se grandes marchas regionais de professores com o seguinte calendário:
Dia 14 de Abril: capitais de distrito do Norte;
Dia 21 de Abril: Centro
Dia 28 de Abril: Grande Lisboa
Dia 5 de Maio: Sul
Dia 17 de Maio: Grandes Marchas Regionais de Professores que se realizarão no Porto, Coimbra, Lisboa, Évora, Faro, Funchal, Ponta Delgada e Angra do Heroísmo.

A indisciplina... e o mundo de Peter Pan

'Sequesso'
A pátria adora conversar sobre professores. A pátria, porém, nunca fala sobre educação. Portugal ainda não arranjou coragem para lidar com este facto: os alunos acabam o secundário sem saber escrever. Parece que os professores vão fazer uma 'marcha da indignação'. Pois muito bem. Eu também vou fazer uma marcha indignada. Vou descer a avenida com a seguinte tarja: 'os alunos portugueses conseguem tirar cursos superiores sem saber escrever'.
A coisa mais básica - saber escrever - deixou de ser relevante na escola portuguesa. De quem é a culpa? Dos professores? Certo. Do Ministério? Certo. Mas os principais culpados são os próprios pais. Mães e pais vivem obcecados com o culto decadente da psicologia infantil. Não se pode repreender o "menino" porque isso é excesso de autoridade, diz o psicólogo. Portanto, o petiz pode ser mal-educado para o professor. Não se pode dizer que o "menino" escreve mal porque isso pode afectar a sua auto-estima. Ou seja, o rapazola pode ser burro, desde que seja feliz. O professor não pode marcar trabalhos de casa porque o "menino" deve ter tempo para brincar. Genial: o "menino" pode ser preguiçoso, desde que jogue na consola. Ora, este tal "menino" não passa de um mostrengo mimado que não respeita professores e colegas. Mais: este mostrengo nunca reconhece os seus próprios erros; na sua cabeça, 'sexo' será sempre 'sequesso'. Neste mundo Peter Pan os erros não existem e as coisas até mudam de nome. O "menino" não escreve mal; o "menino" faz, isso sim, escrita criativa. O "menino" não sabe escrever a palavra 'recensão', mas é um Eça em potência.
Caro leitor, se quer culpar alguém pelo estado lastimável da educação, então, só tem uma coisa a fazer: olhe-se ao espelho. E, já agora, desmarque a próxima consulta do "menino" no psicólogo.

E, ainda o telemóvel...


quarta-feira, 2 de abril de 2008

Sindicatos entregam abaixo-assinado com 20 mil assinaturas.


A Plataforma sindical dos professores entregou hoje no Ministério da Educação um abaixo-assinado com 20 mil assinaturas a exigir a suspensão do processo de avaliação até final do ano lectivo e garantiu que os docentes vão regressar à rua.Em conferência de imprensa, no primeiro dia de aulas do terceiro período, a plataforma anunciou ainda que a partir de agora os sindicatos apenas aceitam discutir e negociar com o Ministério da Educação em mesa única. A Plataforma, que reúne os sindicatos do sector, confirmou também que a 14, 21, 28 de Abril e 05 de Maio, em todas as capitais de distrito do Norte, Centro e Sul terão lugar, no final do dia, protestos de professores. Para 17 de Maio, um sábado, os professores marcaram ainda manifestações simultâneas em quatro pontos do país. "Os professores voltam à rua em manifestações por regiões”, disse Mário Nogueira, da Plataforma Sindical de Professores, numa conferência de imprensa hoje em Lisboa.Antes, a 15 de Abril, a Plataforma celebrará o dia "D", um dia de debate nacional. "Não vai ser uma paralisação de uma hora, vão ser plenários de uma manhã inteira [nas escolas] ao abrigo da lei sindical para fazer um ponto de situação com os professores, situação na sua própria escola e principalmente como é que se vai continuar a luta", adiantou Mário Nogueira."Poremos à consideração dos professores como se vai continuar a luta e se vai ou não haver outra greve ou manifestação", sublinhou, acrescentando que "a haver greve será no final de Maio ou Junho".Para inverter esta situação, Mário Nogueira defendeu que é preciso que o Ministério da Educação suspenda imediatamente a avaliação de desempenho dos professores e que o próximo ano lectivo seja para experimentar do processo e correcção de problemas que forem detectados, com o envolvimento dos sindicatos.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Dia das mentiras...


E, o óscar vai para o maior mentiroso do mundo... José Socrates


O modelo veio da américa latina!

Parece íncrivel, mas não temos que nos surpreender. Afinal o nosso modelo de avaliação nada tem de original, pois é uma cópia de um modelo chileno. Vejam, consultando o documento que serviu de modelo.

Não houve braço de ferro nenhum

Acho espantoso que sobre a ocorrência na Carolina Michaelis várias opiniões insistam que a professora não devia ter entrado em "braço-de-ferro" com a aluna por causa do telemóvel. Não houve "braço-de-ferro" nenhum. A Professora recusou-se a capitular. Não deixou que lhe tirassem à força algo que, no exercício das competências em que está investida, tinha achado por bem confiscar. E não cedeu face a pressões selváticas. E não capitulou face a agressões verbais. E manteve-se digna no posto que lhe foi confiado pela sociedade, com elevação e consistência, cumprindo as expectativas depostas na sua missão. A Dra. Adozinda Cruz é um modelo de coragem que o país tem que aplaudir. Que a nossa confusa sociedade precisa de aplaudir porque é uma sociedade carente de pessoas como ela. A Professora de francês fez aquilo que tinha que ser feito. Sozinha. Porque trabalha numa escola onde o Conselho Directivo tolera que a placa com nome do estabelecimento, baptizado em honra de uma excepcional pedagoga que foi a primeira mulher portuguesa a conseguir leccionar numa universidade, esteja conspurcada, num muro com inenarráveis graffitis que mandam cá para fora a mensagem que lá dentro tolera-se a bandalheira. Numa escola onde durante minutos se ouviu a algazarra infernal dessa bandalheira, onde ela estava a ser agredida e nenhum colega ou funcionário ou aluno se atreveu a abrir a porta e ver se podia ajudar. Foi dessa cobardia geral e conformismo abúlico que a Dra. Adozinda Cruz se demarcou quando não deixou que a desautorizassem. É por isso funesto não lhe reconhecer a coragem e diminuí-la num bizarro processo de culpabilização da vítima. Estar a tentar encontrar fragilidades comportamentais num ambiente de tal hostilidade é injusto. E o facto é que não fora a louvável e pronta actuação do Procurador-geral da República a Dra Adozinda Cruz ficaria sozinha. Abandonada pelo Ministério que a tutela, porque entende que o seu calvário é resolúvel nas meias tintas do experimentalismo burocrático, distante das realidades do terreno e que os problemas de segurança da escola são questões menores que se decidem dentro dos muros cheios de graffitis ameaçadores, em ambientes onde circulam armas e drogas. Abandonada pelas organizações laborais porque não está filiada. Com assinalável candura Mário Nogueira confessou em entrevista que a Fenprof não tinha feito nenhuma intervenção nem a faria porque "a colega não está sindicalizada". Abandonada no arrazoado palavroso do Bastonário da Ordem dos Advogados que, desconhecedor da Lei, achava que tinha que haver queixa para que a Procuradoria iniciasse algum procedimento e que, como tal, a professora deveria ser deixada ao sabor das indecisões da desordem que reina dentro dos muros graffitados. Felizmente o Estado não se limita a estas entidades. O Procurador-geral actuou a tempo e o Presidente da República, ao chamá-lo a Belém, diz ao país e em particular ao governo que o caso não está nem resolvido nem o executivo conseguiu um vislumbre de solução. Talvez fosse importante reforçar esta mensagem de preocupação, solidariedade e cidadania recebendo em Belém a Professora que não se intimida e é capaz de ser firme no meio do caos em que se tornou a educação pública em Portugal. As famílias entenderiam que a tolerância cúmplice e desleixada do Ministério, das escolas, sindicatos e acratas irresponsáveis iria acabar e poderiam começar a mudar o seu próprio comportamento.